
É BI que se fala, né?
- Em 19 de maio de 2020
Você já deve ter visto este tipo de relatório em algum momento de sua vida profissional:
Neste caso, são mais de 600 mil informações amontoadas numa planilha.
O que fazer com isso?!
É praticamente impossível analisar cada caso. Aliás, talvez até irrelevante saber o que se passa individualmente.
E se eu te disser que é possível transformar estas informações nisto:
São as mesmas informações, mas agora agrupadas e classificadas de forma gerencial.
Ao gerir uma carteira de processos, como acontece com as ações trabalhistas, as execuções fiscais e as ações de consumidor, por exemplo, somos responsáveis, enquanto advogados, pelas tarefas de dia a dia. Fazemos petições, cumprimos prazos, comparecemos em audiências etc.
Mas não é só isso.
É possível usar “BI” para gerar informação relevante ao tomador de decisão.
O Business Intelligence, ou BI, é uma técnica para auxiliar o gestor no planejamento estratégico. Nada mais é do que uma forma de coleta e análise de um conjunto amplo de dados de uma empresa para entender a sua performance e, a partir daí, planejar o futuro de forma mais eficiente.
Atuar no contencioso é lidar com muita informação
Este enorme banco de dados produzidos pelos advogados – diversas informações das ações contra a empresa como vara, juiz, valor da causa, pedido, status etc. – está representado na planilha daquela primeira imagem.
Mas ao aplicarmos as técnicas de BI é possível transformar aquelas mesmas informações em conhecimento valioso para o gestor. São os gráficos e indicadores mostrados no dashboard da segunda imagem.
Saber que sua empresa foi condenada em danos morais no valor de R$ 8 mil na ação do Fulano que corre na Bahia, por si só, não parece ser nada de mais. É apenas mais uma condenação a ser paga entre tantas outras movidas contra a empresa.
Mas se descobrirmos que o mesmo juiz, em 95% dos casos sobre o mesmo tema da ação do Fulano, tem condenado, em média, no valor de R$ 2 mil reais, aí sim teremos uma informação útil para tomar a decisão do próximo passo.
Imagine uma outra situação. A empresa tem muitas reclamações trabalhistas numa determinada comarca. Para representá-la em audiência sempre manda dois prepostos, que vamos chamar de João e Maria.
Ao analisar as condenações de forma gerencial, o gestor verifica que 80% das decisões contrárias ocorrem quando João é o preposto. Já quando a preposta é Maria, as condenações ocorrem em 20% das ações.
Neste caso seria possível detectar uma falha no treinamento do preposto João. E, em alguma medida, questionar se há algum deslize proposital em sua postura em audiência.
Mas o interessante é que a partir desta hipótese validada em dados é possível fazer verificações mais profundas sobre o comportamento do indivíduo, chegando até na criação de uma política corporativa de treinamento de prepostos.
Enfim, podemos citar milhares de outras situações úteis que o jurídico pode obter pelo auxílio do BI.
Ah, e este tipo de BI – este feito diretamente do banco de dados da empresa – não exige inteligência artificial, deep learning, nem nada de outro mundo. Apenas informações padronizadas, um pouco de conhecimento em excel ou outra ferramenta de analytics e muita disposição em se tornar um verdadeiro parceiro do negócio.
Quer saber como aplicar o BI em seu escritório? Fale Conosco!
Por Marcos Martins, pós-graduado pela GVLaw, professor de cursos de pós-graduação e sócio do escritório Pallotta, Martins e Advogados.
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